26 de mai. de 2012

Uma obra aparentemente para crianças

O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry, é uma obra aparentemente para criança, mas apenas aparentemente. Para elas, apenas mais uma história fantástica. Na verdade, a obra é um apelo aos adultos, que se entregam às preocupações diárias e passam a ver o mundo e as pessoas à sua volta com frieza e praticidade e não dão valor às coisas que realmente merecem.
O livro é narrado por um piloto de avião que sofre um acidente e caí em pleno deserto e conta a história de um principezinho que veio de um pequeno planeta em busca de respostas e aventuras, fantasias normais de uma criança, que vê as coisas mais simples da vida com pureza e ingenuidade. Cada personagem que nos é apresentado na narração é uma verdadeira metáfora. O pequeno príncipe simboliza o amor e a força inocente da infância que os adultos esqueceram.

A rosa, linda e geniosa, por quem ele se apaixona e toda o sua história é metáfora sobre os relacionamentos homens X mulheres, sobre paixão e amor. Durante sua viagem, antes de chegar ao Planeta Terra, o pequeno príncipe vai conhecendo alguns personagens, como o Rei, que pensa que todos são seus súditos, mas que os controla com extremamente sabedoria - “É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar”. O autor faz uma crítica às pessoas vaidosas em excesso, que dependem de elogios dos outros para sua auto-estima. Chama atenção aos vícios, ao deparar o pequeno príncipe com um bêbado, que tenta fugir de sua realidade bebendo, por sentir vergonha dela. O homem de negócios que o principezinho encontra é um chamado para se aproveitar a vida, já que o personagem estava sempre ocupado contando suas riquezas e não pode desfrutar a vida.

Entre outros personagens e metáforas, o que mais gosto é a Raposa. Ela ensina ao nosso príncipe o valor de uma amizade, o valor do tempo que se passa com alguma pessoa e que isso a torna especial, fala da necessidade de se cativar as coisas e que isto significa ter responsabilidades sobre as mesmas - “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. E dela também a frase mais célebre do livro “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”, chamando atenção novamente à necessidade de se agir mais com o coração do que com a razão, de que o mundo pode ser mais interessante quando damos vazão aos sentimentos esquecidos na infância.
Confesso que sou suspeita para escrever sobre este livro, pois é um dos meus preferidos. Procuro ler em diversas fases de minha vida e sempre consigo tirar algo novo dele. Quem me conhece e que já teve a oportunidade de pegar o livro emprestado comigo, sabe o que estou falando, há diversos grifes (coisa que não faço em livro algum) no decorrer de todo o livro, cada um feito em uma de minhas leituras.
É uma leitura fácil, agradável, que não toma mais que uma hora de seu dia. Acho que todos devem ler ao menos uma vez na vida. E o melhor, deixa um final aberto, que, para mim, está dizendo: a partir de agora a escolha é com vocês: seguir nossa vida como se nada tivesse acontecido ou voltar a acreditar nos sonhos, no amor e na esperança, como uma criança é capaz de fazer!
 (comentários de: autora desconhecida )


( 2 3 4 r)

Uma boa e linda semana para você...

Nenhum comentário: